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deixar comentário em Sabia como nasceu a LEGO?Review
The new work from the (God)father of modern Electro Dance and 80's Italo Disco ! "My La(te)st Album" melts different styles and sounds into a fluid whole. A trip into the most expressive electronic music, from the darker atmospheres of "Disco Sick", through to the funny acid of "I’m Getting Lost In My Brain", the vintage sound of "Jette Le Masque", to light Techno of "Acid Magma" and the Electro-Disco of "Addio Addio". All these tracks were recorded using the original 80's equipment with the only obvious addition of a PC. All music was composed and produced on analogic synths and drum-machines : Roland SH101 and TB303, Korg Mono-Poly, TR808 and TR909 and Prophet 5.
Alexander Robotnick got his first success about 24 years ago with the release of "Ce n’est qu’un début" (1983), the mini-lp featuring 80s dancefloor mega-hits such as "Problèmes d’amour" and "Dance Boy Dance". Since then, Robotnick has been venturing along different musical routes ranging from soundtracks for theatre, films, TV and fashion shows to world music. In 2002 he also published "Oh No...Robotnick!" on which he re-created the original electro sound that made him one of the Godfathers of dance music. Several re-releases of his early hits followed, including "Krypta 82" on the Crème Organisation label.
men without hats || the safety dance (extended club_mix)
alexander robotnick || problemes d'amour (dub)
yazoo || situation (dub)
lime || on the grid (re-mix dub)
new order || blue monday (12 mix)
human league || don't you want me (extended edit)
moonbase || waiting for a train (instrumental dub)
visage || fade to grey (12 extended play)
laurin rinder and w. michael lewis || gluttony
Revivalista poderia ser um bom adjectivo para classificar Brava Dança, o documentário realizado por Jorge Pereirinha Pires e José Francisco Pinheiro que retrata uma outra Lisboa, um outro Portugal.in SOL
Através de filmagens, fotografias e depoimentos, Brava Dança faz desfilar uma série de personagens que vieram alterar o panorama cultural do país.
Com o país inebriado pela liberdade, a juventude do pós 25 de Abril multiplicava-se em iniciativas artísticas e sociais. É neste ambiente intelectual efervescente que se criam cinco rapazes que iriam marcar de forma indelével a música nacional e ajudar a formar um novo movimento: o «rock português».
Os Heróis do Mar lançam-se, em 1981, após diversas formações (foram Faísca, Corpo Diplomático e Tantra) com uma proposta totalmente diferente. Um visual arrojado, vagamente pagão, cruzes, caravelas, letras de pendor nacionalista e o rufar dos tambores – ao mesmo tempo que bebiam as correntes europeias, do punk aos Spandau Ballet – atribuíram o epíteto ‘fascista’ ao grupo em dois tempos.
Fazendo jus ao lema de que toda a publicidade é lucro, o seu primeiro concerto num mítico Rock Rendez-Vouz esgotou em dois tempos devido à polémica gerada em torno deles.
A inegável complexidade do seu trabalho rendeu-lhes um contracto, e o contracto rendeu-lhes fama, não sem algumas cedências. Mega sucessos como «Paixão» e «Amor» não fazem jus à complexa elaboração musical do grupo, que a dada altura conseguiu até ilusão de seguir uma carreira internacional.
Mas como tudo o que é doce acaba, os Heróis do Mar começaram a sentir o negro cheiro da decadência depois de sucessos como «Supersticioso» ou «Só Gosto de Ti». Em 1988, o grupo anuncia a sua separação. No seu seio cresceram grandes nomes da música nacional, como Pedro Ayres de Magalhães, Carlos Maria Trindade ou uns finados LX90, que ao mudarem para Inglaterra alteraram o nome para Kick Out The Jams.
Em suma, uma revisitação de rostos, vozes e sons de uma geração que acreditou que podia mesmo mudar o mundo, acabando apenas por se mudar a si próprios.
(...)
Revivalista poderia ser um bom adjectivo para classificar Brava Dança, o documentário realizado por Jorge Pereirinha Pires e José Francisco Pinheiro que retrata a história dos Heróis do Mar.
O primeiro filme português em formato digital mostra, através de filmagens, fotografias e depoimentos, as pessoas que vieram alterar o panorama cultural do país, entrando em choque com uma estética e ideologia dominante. Bom para recordar um tempo em que os nossos ‘grandes’ músicos de hoje ainda acreditavam que podiam mudar o mundo, como dizia Pedro Ayres de Magalhães.
Bom para recordar a máquina complexa, inspirada no imaginário português e bebendo influências estrangeiras – desde o punk aos Spandau Ballet – por trás de sucessos comerciais como Amor ou Paixão, que ajudou a consolidar um dito ‘rock português’.
Uma produção nacional a homenagear Pedro Ayres Magalhães, Rui Pregal da Cunha, Carlos Maria Trindade, Pedro Paulo Gonçalves e António José de Almeida, mas também uma época diferente de ‘sentir’ Portugal.
A história do grupo português Heróis do Mar é contada a partir de hoje no documentário "Brava Dança", um filme-retrato da música moderna portuguesa depois do 25 de Abril.in Observatorio do Algarve
Realizado por José Francisco Pinheiro e Jorge Pereirinha Pires, "Brava Dança" tem estreia marcada em cinco salas e é o primeiro filme português a estrear-se em cinema digital.
O filme recupera imagens raras dos Heróis do Mar e apresenta testemunhos dos cinco membros do grupo, assim como de outras figuras da cena musical e cultural dos anos 1980.
"Brava Dança" ajuda a criar uma memória audiovisual do grupo e dos anos 1980, já que inclui, por exemplo, imagens de arquivo dos Heróis do Mar em Paris e gravações áudio que foram digitalizadas.
Entre o material contam-se ainda entrevistas, telediscos, fotografias, cartazes, recortes de imprensa, programas televisivos, imagens de arquivos particulares e estrangeiros.
As conotações com ideais fascistas, a incompreensão da crítica, a modernidade do projecto e a explosão da música portuguesa na década de 1980 também são abordados no filme, numa narrativa que exclui "voz off" ou textos explicativos.
Expressão de uma modernidade urbana e cosmopolita, os Heróis do Mar surgiram em 1981, na esteira dos Faíscas e do Corpo Diplomático, com Pedro Ayres Magalhães, Rui Pregal da Cunha, Carlos Maria Trindade, Pedro Paulo Gonçalves e António José de Almeida.
Nesse ano, editaram o primeiro single com os temas "Saudade" e "Brava Dança dos Heróis", a música que dá o nome ao documentário.
Gravaram ainda os álbuns "Heróis do Mar" (1981), "Mãe" (1983), "Macau" (1986) e "Heróis do Mar IV" (1988).
Por ocasião da estreia de "Brava Dança", a EMI Portugal e a Universal editam segunda-feira a colectânea "Amor", que reúne os maiores êxitos dos Heróis do Mar.
Pela primeira vez, serão exibidas publicamente gravações vídeo de concertos dos Heróis do Mar no Rock Rendez-Vous, em 1983, e no Voxmania, em 1987, de apresentação dos álbuns «Mãe» e «Macau», respectivamente.
(...)
«Saudade», «Brava Dança dos Heróis», «Amor», «Paixão» e «Só Gosto de Ti» foram os principais êxitos da banda, que editou três álbuns de originais e vários mini-LP, máxi-singles, singles e compilações.
Só gosto de ti
Porquê?... São sei
Mas estou bem assim
E tu também!
Alex Fletcher (Hugh Grant) é uma antiga estrela pop dos anos 80, reduzido a ter de trabalhar à custa da nostalgia de alguns, em parques de diversões e feiras. O Carismático e talentoso músico tem uma hipótese de regressar À fama quando a diva da pop actual, Cora Corman o convida a escrever e gravar um dueto com ela. Mas há um problema - Alex não compõe há anos, nunca escreveu letras de canções... e tem pouquíssimos dias para fazer ambas.Surge então Sophie Fisher (Drew Barrymore), a rapariga que toma conta das plantas da casa de Alex. A habilidade de Sophie com as palavras parecem a última esperança do compositor desesperado. Tendo acabado uma relação com o escritor Sloan Cates (Campbell Scott), Sophie está relutante em ajudar quem quer que seja, especialmente alguém tão instável como Alex. No entanto, à medida que a química entre os dois começa a surgir, eles terão de enfrentar os seus receios - e compor uma canção - se quiserem triunfar e obter o amor e o sucesso que ambos merecem.O filme conta ainda com a participação de Brad garrett no papel do fiel agente de Alex, Chris Riley e Kristen Johnston no papel de Rhonda, irmã de Sophie e uma das maiores fãs de Alex. A estreante Haley Bennet desempenha o papel da jovem princesa da pop, Cora Corman.
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deixar comentário em the 80s are alive: Música & LetraParte do interesse em revisitar os anos 80 resulta de que muita da arte de hoje reflecte esse legado, embora negando ou ignorando esse passado. Reconsiderar os anos 80 pode servir como ferramenta para destacar e reflectir sobre alguma da arte do presente. Esta será uma exposição de grandes dimensões que utilizará todos os espaços do Museu, reunindo pela primeira vez em Portugal um conjunto muito significativo de obras fundamentais de uma década que também enquadrou a abertura internacional da arte portuguesa, se bem que essas mesmas obras só agora sejam vistas pela primeira vez no país.in página oficial
A exposição Anos 80: Uma Topologia, inaugurada há precisamente 39 dias no Museu de Arte Contemporânea de Serralves (MACS), teve até agora 35 mil visitantes. Anunciada como "a mais ambiciosa tentativa já empreendida para compreender a arte daquela década", é das maiores mostras realizadas em Serralves desde a abertura do museu, integrando cerca de 250 obras de referência de 73 artistas de todo o mundo.
A média de quase mil visitantes por dia, sendo naturalmente positiva, fica aquém da registada pelas exposições mais mediáticas do MACS, nomeadamente as de Andy Warhol, Francis Bacon, Paula Rego e Álvaro Siza, o que se prende com o facto de Dezembro ser, por tradição, "o pior mês em termos de público", segundo fonte do gabinete de imprensa da instituição. Porquê? Três razões: "Mau tempo, férias escolares e Natal."
Isto, claro, além da diferente natureza das mostras em causa, como ontem lembrava Hugo Martins, 31 anos, analista de sistemas do Porto e um dos visitantes abordados pelo DN: "Vi a do Andy Warhol e não dá para comparar. Aí está tudo focado num artista, enquanto neste caso o que se pretende é facultar a leitura de uma década. As do Warhol e da Paula Rego vão ficar mais na memória das pessoas, mas para Serralves talvez esta seja mais marcante."
Opinião idêntica deu Paula Ferreira, professora de inglês, também do Porto e da mesma idade: "Esta mostra é muito abrangente, com autores de várias nacionalidades e visões do mundo diferentes. Fico sem perceber o ponto de vista global. No caso da Paula Rego foi-me mais fácil formar uma ideia da obra."
Ulrich Loock, comissário deste voo rasante sobre os anos 80, além de director-adjunto do MACS, assume a maior complexidade desta proposta, mas enfatiza a sua riqueza: "É uma exposição que exige algum estudo prévio ou uma boa introdução. Tem mais a oferecer do que as individuais antes apresentadas, porque revela coisas que os visitantes nunca viram e não se cinge ao approach de um artista. As pessoas pensam que a Paula Rego é imediatamente acessível porque têm imagens das suas obras na cabeça, mas se entendem o trabalho tão bem já não sei."
A ideia não se aplicará a Alberto Barbosa, 56 anos, reformado e dado à pintura. "A da Paula Rego vi 79 vezes. Porquê?! Porque gostei!", exclama, algo indignado. "Até falei com ela, mas ela disse que não percebia nada dos meus desenhos. Esta dos anos 80 vi menos vezes, mas é boa."
De Londres e Barcelona vieram, respectivamente, os amigos e arquitectos Clara Martins e Tiago Dias, 29 e 28 anos. "É um bocado difícil perceber tudo isto. Ou uma pessoa está dentro do assunto ou sai daqui sem uma ideia precisa do que foi aquela década", acha ele. Ela concorda, e generaliza: "Quando uma exposição é muito grande, é complicado contextualizar tudo. Há aqui uma certa megalomania." E recorre a uma comparação: "A Tate Modern não costuma fazer exposições com mais do que dois artistas, e quando as faz nunca podem ser muito grandes." Seja como for, ressalva, o trabalho do MACS "é muito respeitado na Europa".
Concretas são as apreciações de Inês Carvalho, cenógrafa e figurinista de Lisboa, 29 anos: "Não se percebe bem se há ou qual é o percurso da mostra, nem é clara a correspondência entre as legendas e algumas das obras." Lacunas de uma exposição, ainda assim, "muito interessante".
O ciclo propõe um conjunto de iniciativas que exploram conceitos teóricos e práticas artísticas relevantes nos anos 80.
Esta reflexão será ampliada com a exibição de filmes realizados ao longo desta década, quer no âmbito da indústria cinematográfica quer no do cinema de autor.
O programa será realizado em núcleos desenvolvidos durante vários fins-de-semana, conjugando e cruzando eventos de naturezas diversas e documentação adicional na forma de vídeos, debates e apresentações com o fim de situar e contextualizar as escolhas realizadas.
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deixar comentário em hit me with the 80s hits :: Eurythmics - Here Comes The Rain AgainOceano Pacíficoin RFM
Gosta de música boa música calma? Gosta de estudar, namorar, conversar ou jantar ao som de boa música? Então, de Domingo a 6ª feira, entre as 22 e as 2 da manhã não dever perder, na RFM, o “Oceano Pacífico”.
Há já mais de 20 anos que João Chaves o acompanha todas as noites, na RFM, com o seu "Oceano Pacífico".
Nos anos 80 ainda no FM da Renascença, este programa veio mudar definitivamente as noites da rádio em Portugal. O “Oceano Pacífico” tornou-se no mais popular programa da noite da rádio portuguesa e num dos mais copiados pelas rádios locais de todo o país.
Inicialmente apresentado por Marcos André, que ainda de vez em quando mata saudades, foi, pouco depois, com João Chaves já na RFM que o “Oceano Pacífico” foi ganhando fama e cada vez mais ouvintes.
Hoje a voz de João Chaves e a música do “Oceano Pacífico” são sinónimo de Noites da RFM.
Entretanto, para quem gosta de música calma... a qualquer hora do dia, ao longo dos anos, João Chaves tem também editado em disco, primeiro em vinil e depois em CD algumas das grandes músicas do “Oceano”.
Em 2000, o CD “Oceano Pacífico” foi “Disco de Platina” por vendas superiores a 60 mil exemplares tonando-se no “disco de rádio” mais vendido de sempre e em Outubro de 2002, o "Oceano" regressou em forma de disco e repetiu a proeza com mais um disco de platina. “Oceano Pacífico II” foi lançado na festa dos 18 anos do programa, no Stones, em Lisboa com a RFM em peso e muitos amigos famosos que fizeram questão de dar os parabéns ao João Chaves.
Em finais de 2003, João Chaves regressou com mais um disco de grandes músicas calmas " Oceano Pacífico III " que em poucos dias atingiu o disco de Ouro.
Em 2005, ano em que o Oceano atingiu a maioridade João Chaves lançou mais um disco e atingiu de novo a platina.
«Oceano Pacífico»: Iniciou-se em Outubro de 1984 com a presentação de Marcos André (2ª a 6ª, 22:00/00:00). Em Dezembro desse ano o programa é entregue à apresentação de João Chaves. O que ainda acontece. O sucesso do formato de programa de autor com baladas/slows, juntamente com um tom de voz meio sussurrante, foi largamente copiado um pouco por todas as rádios locais (…e outras menos locais). De duas horas, passou a três e destas para as actuais quatro (22:00/02:00). É o programa mais antigo da RFM. Até há dias (agora há um programa de música de dança, «RFM Clubbing», ao sábado entre as 21 e as 2h da manhã) era, há já muito tempo, o único programa dito de autor na RFM. Mas será que actualmente se pode designar o «Oceano Pacífico» como sendo um programa de autor? Em minha opinião, claramente que não. Porque se durante os anos 80 e grande parte dos 90 o apresentador João Chaves escolhia a música a seu belo prazer, hoje em dia está sujeito aos estudos/testes de audição, no que resulta numa autêntica playlist de baladas/slows que escapa à sua escolha pessoal. Ora, se o autor de rádio não tem o pleno domínio da sua emissão, se não é detentor da primeira e última palavra, se não tem total autonomia editorial, então não é um programa de autor. Mais: já ouvi temas da playlist da RFM (os mais baladeiros) a encontrarem igual passagem em pleno «Oceano Pacífico»…in Rádio Crítica
Um verdadeiro programa de autor tem como princípio basilar fazer a evidente destrinça entre ele e o resto da programação, principalmente do resto da programação da estação em que se insere. Mesmo sendo uma triste sombra do que já foi, o «Oceano Pacífico» tem há muito o seu lugar na história da rádio portuguesa. E continua a ser plagiado por aí, até mesmo por estações que seriam – à partida – insuspeitas de o fazerem.
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deixar comentário em cultura pop(?): RFM Oceano PacíficoEstudante nos anos 80
Estudei do 7º ao 12º nos anos 80, numa escola secundária do Porto. Ficava longe de casa porque a escola perto estava sobrelotada. Todos os dias, andava 15 a 30 mn de autocarro e ainda andava a pé uns 5 mn. Nunca me foram levar ou buscar de carro à escola. Tive sempre aulas de tarde, enquadrada em turmas de meninos menos bons (talvez socialmente), e obviamente, ficámos sempre com os professores menos influentes na escolha dos horários ou com professores estagiários. Éramos raparigas na maioria por ser uma escola dirigida antigamente a meninas. Em geral, tive óptimos professores, exceptuando um ou outro que tinha ido para o ensino como segunda escolha.
Andava sempre carregada de livros às costas porque não tínhamos sempre sala fixa e as mochilas não tinham rodinhas. Passavam-se horas na reprografia da escola (minicubículo com uma fotocopiadora trabalhadora) para se tirar umas míseras cópias, porque a máquina não era industrial, nem separava as coisas por vários molhos, nem agrafava nem chamava os alunos e os professores pelo nome. Para se tirar apontamentos, ia-se para a biblioteca que tinha os livros fechados em armários (com grades e a chaves) e tinha de se contar com o bom ou o mau humor da funcionária para nos abrir um dos livros do seu esconderijo. Não havia sofás para se estar sentado a ouvir música com auscultadores pois nem isso havia na biblioteca. Quanto a computadores, hein? Que é isso?
Como a comida na cantina, era intragável, nos dias em que precisava de ficar na escola a almoçar, comíamos qualquer coisa no bufete. Uma de nós, encarregava-se de comprar a Maria para ser lida durante esse período de tempo e nos rirmos um bocado. Na altura, não havia Mac Donalds nem Burger King nem Pizza Hut. Os gordos faziam-se à custa de enfardar pães com manteiga ou pães com açúcar. Os mais afortunados compravam pastéis no intervalo grande de 15mn. Obesidade era uma palavra que ainda não se usava.
Vestíamos roupas de todas as cores e misturavam-se padrões com outros padrões. O resultado dava algo pior que uma árvore de Natal mal decorada. Usavam-se os cabelos volumosos para os lados. As senhoras faziam permanente para ripar o cabelo para cima. Os jovens usavam gel no cabelo com purpurinas (que se chamavam simplesmente brilhantes) que ficava todo pastoso. Os brilhantes iam-se descolando e ficava-se com a cara cheia deles caídos tipo semáforo escangalhado.
Nas aulas, aprendia-se embora também houvesse indisciplina. Os alunos que extrapolassem simplesmente eram chumbados à base de faltas a vermelho e acabavam por desamparar a loja. Nas línguas estrangeiras, os professores só falavam na mesma língua e era proibido traduzir as palavras em Português, o que fazia com que, em certas aulas, ninguém percebesse um boi. Os dicionários eram proibidos. No 10º e no 11º, tive Alemão e como não pescava nada dos textos, fiz batota e tinha no estojo dois dicionários de Português/Alemão e Alemão/Português tamanho lilliput (que ainda guardo) e que jeito me fizeram! Nessas mesmas aulas, como a professora era estagiária, só falava em alemão para as alunas do Goethe e nós, os restantes socialmente desfavorecidos que não tinham massa para frequentar esses coisos, ficávamos a jogar batalha naval nas aulas ou a passar papéis uns aos outros até que as outras nos dissessem o que era para fazer nas aulas.
No início dos anos 80, houve um boom do rock português e cantava-se músicas malucas como Chico fininho e Ela controla dos Rock & Varius. Ao mesmo tempo, era-se obrigado a comer as rádios nacionais e também se cantarolava os útimos êxitos do Marco Paulo e das Doce, embora não ficasse bem dizer-se que se gostava. Dentro do chunga, adorei na altura cantarolar o Passear contigo dos Broa de mel (ó meu deus, hoje até choro de rir com a má qualidade daquilo) ou o Anel de noivado dos Trio Odemira, que ainda hoje me apetece cantar em casamentos. Ouvia-se o TNT na rádio comercial apresentado pelo Rui Pego e grupos que usavam cabelos às cores como os Kajagoogoo. Dançava-se ao som dos Communards, Banarama e dos Erasure numa altura em que já havia rádios em FM. As adolescentes babavam-se em cima dos Duran Duran e dos Spandau Ballet. Sim, sim, anda cá rapaz tocar-me sexofone, quer dizer, saxofone…
Aos Domingos, vestia uma roupa especial e ia com os meus amigos ao cinema. Não havia shoppings e por isso corríamos a baixa à procura de bilhetes em grandes salas como no cinema Batalha onde vi o Ghostbusters com toda a gente a dar ao pé, quando passava a banda sonora, no Olympia, no Passos Manuel e até no São João onde as cadeiras eram duras como cornos. Não havia metro nem os autocarros tinham ar condicionado. Ou estava um calor do caraças lá dentro, misturado com suor e às vezes com hálito a vinhaça, ou estava um frio de rachar porque as janelas iam abertas.
As salas de aula não tinham aquecimento e as carteiras eram umas velhas secretárias ainda com o buraco para o tinteiro. Várias turmas tinham educação física ao mesmo tempo e se fosse a nossa vez de ficarmos nos campos exteriores, tínhamos de dar a aula à chuva. Quanto a tomar banho, só para os mais corajosos que toleravam água fria. Nem todos tinham dinheiro para sapatilhas e a malta emprestava as sapatilhas uns aos outros para não se ter falta de material.
Foram uns anos que gosto de recordar com alguma saudade porque, embora tivesse sido uma adolescente bastante revoltada e problemática, fui feliz e fiz grandes amizades que ainda hoje perduram. Se me esqueci de alguma coisa, é favor completar…
"Lion-O: Thunder! Thunder! Thunder! Thundercats, Ho! "
Os Thundercats são dos melhores desenhos animados que já se fizeram. Estão sem dúvida entre os meus preferidos de sempre. Só pela intro se vê que são espectaculares! Recordo-me perfeitamente de ver estes desenhos animados e não descansei até não arranjar alguns episódios. A minha grande surpresa foi quando arranjei o primeiro episódio desta série e o mostrei ao meu sobrinho de quatro anos. Ficou absolutamente maravilhado. Foi no último Natal que lhe mostrei esse episódio e chegou a vê-lo quatro vezes consecutivas. Decorou logo a música e agora, sempre que me vê, pede-me para voltar a ver. Entretanto já arranjei mais alguns episódios para ele. Certamente vai adorar.
Para saber mais sobre a série clique: imdb e wikipedia.
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