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os 80:ies fizeram-me bem


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Já não é a primeira vez que me chegam às mãos textos de alguém a falar da nossa infância nos anos 80. Ficam aqui dois textos sobre a nossa infância:

CRÓNICA DE HOJE – Outros tempos

A malta andava de bicicleta na rua, sem capacete nem cotoveleiras e sempre a fundo. Bebíamos água directamente da mangueira e não duma garrafa esterilizada. Andávamos porque gostávamos e as pneumonias não contavam para o “totobola”. O Vicks Vaporub fazia milagres e a urgência do hospital era só para os outros.
A malta abalava de manhã, brincava o dia inteiro e o toque a recolher só acontecia quando se acendiam as luzes da rua. Por causa das miúdas, trocávamos uns sopapos valentes e medíamos forças nas jogatanas no meio da rua. Tudo terminava com um grande abraço e um sorriso. E recomeçava dali a pouco porque o Gastão era um abusador...
Bolos, batatas fritas e refrigerantes constituíam a dieta... sem consequências, pois o consumo de energia era elevado. Gordura? Nem vê–la! Os dias, mesmo com escola, tinham ar livre q.b; dava para correr, saltar e deitados na erva, depois de uma jogatana intensa, olhar o céu.
A Playstation os Nintendos eram miragens e os canais do cabo uma coisa do outro mundo. Talvez da... América. Telemóveis, e–mails, multimédia ou Internet eram produtos da ficção cientifica. A malta via e... duvidava. Jogar ao prego e ao pião, provocava alguns dissabores por força das apostas. Quem perde paga, ou melhor come: gafanhotos, por exemplo. Gargalhada geral e histórias que ainda hoje se contam quando surge uma cara conhecida.
Os gelados da Olá ofereciam uns bonecos foleiros e as pastilhas elásticas eram conhecidas por “Piratas”. Nas ocasiões especiais, um “cristo” escolhido a dedo desviava um charuto caro ou uma mão cheia de cigarros. Era esfumaçar até às tantas, exibindo o crescimento (piu!) e uma tosse do caraças! Valia a pena o sacrifício, pois “elas” recompensavam a proeza com um beijo às escondidas com sabor a rebuçado. Na escola, os que ficavam de fora da equipa não entravam em depressão. Davam o litro e esfarrapavam para entrar na “seita”.
Quando um dos nós entrava em pânico com a matemática, os outros não pediam nada em troca pelo socorro em tempo real. O copianço salvava a pátria. Não existiam testes extra ou passagens na secretaria. Existiam mestres para tudo: craques nos balões com as pastilhas Pirata, bebedores de pirolitos, devoradores de oitos de canela... Sempre a rir amigos, criadores de ilusões, com liberdade para tudo. E sem medo das consequências. Crescemos assim. Sem apoio psicológico ou drogas.
Hoje, não há futebol na rua e o miúdo do andar de cima brinca sozinho. As meninas não saem à rua porque os pais têm medo, não há erva para esticar as pernas e ver o céu de papo para o ar. A gripe ataca que se farta, não há pastilhas Pirata, nem pirolitos, nem televisão a preto e branco. A rádio esqueceu a onda média e o computador comanda a vida. Resta o Vicks Vaporub, que, como se sabe, não é remédio para todos os males...

in http://www.asbeiras.pt

Recordações de infância de um trintão...

Olhando um pouco para trás na vida, nós trintões tivemos realmente muita sorte em termos sobrevivido à nossa infância... mas ainda bem!

Nós viajávamos, com a cabeça de fora de qualquer janela, em carros sem cintos de segurança, sem pré-tensores, air bags frontais e laterais, cadeirinhas especiais para bebés, barras laterais de segurança, computador de bordo e traction control... e era sempre a abrir, sem acidentes...
Não tivemos nenhuma tampa à prova de crianças em frascos de remédios, venenos, pimenta, sal, portas, ou armários pontiagudos e sobrevivemos...
Andávamos de bicicleta na rua, sem capacete nem cotoveleiras e era sempre a abrir...
Pedíamos boleia, sempre a adultos que nos levavam onde queríamos e ainda nos davam um rebuçado e não pediam nada em troca...
Bebíamos água directamente da mangueira, do rio ou do lago e não duma garrafa esterilizada «N» vezes...
Andávamos à chuva sem nada para nos proteger, aos pulos de alegria porque era o máximo e não tinhamos pneumonia porque a nossa mãe nos dava Vicks Vaporub, em vez de gastarmos 6 horas na urgência de um qualquer hospital para "descobrirem" que estávamos constipados e nos receitar algo que dava viagens ao "descobridor"...
Gastámos horas a "speedar" nas nossas bicicletas e só então descobríamos que nos tínhamos esquecido dos travões depois de colidir com algumas árvores, carros, muros e amigos que gostavam de nos ver e gritavam ao ver-nos a abrir... e alguns adultos que se via logo logo que nunca foram crianças...
Mas aprendemos a resolver o problema! Nós pensávamos e mudávamos o mundo apenas com a nossa vontade e acção...

Saíamos de casa de manhã, brincávamos o dia inteiro, e só voltávamos quando se acendiam as luzes da rua... imaginem tal coisa... sem pedir autorização aos pais ou aos avôs... tudo por nós mesmos, lá fora, no mundo cruel, impiedoso e selvagem!
Ninguém nos podia localizar: eramos reis e senhores absolutos do nosso destino... não havia telemóveis nem chips de localização por satélite!
Esmurramo-nos uns aos outros por causa das meninas e aprendemos a superar tudo isto com um grande abraço e um sorriso sincero na cara... e um «vamos começar outra vez como se nada tivesse acontecido»...
Comemos doces, bolos, batatas fritas e bebemos refrigerantes, mas não éramos gordos...
Estávamos sempre ao ar livre, a correr e a brincar e a saltar, deitados na relva depois do futebol e a olhar para o céu ou admirando o pôr do Sol...
Compartilhámos garrafas de refrigerante pela boca e ninguém morreu por causa disso...
Não tivemos Playstations, Nintendos, Tamagochis e toda a parafernália de jogos de vídeo, nem os 43 canais do cabo com som dolby surround, telemóveis UMTS, e-mails, computadores multimédia ou Internet e eramos mais felizes do que nas amanhãs que cantam...

Fizemos jogos com lenços, picas e piões, comemos minhocas e gafanhotos só por aposta e nunca nos caíram os olhos ou eles ficaram vivos na nossa barriga para sempre...
Masturbavamos-nos e nunca caíram os dentes e o padre sempre nos perdoava tal "pecado"...
Eramos gente simplesmente alegre ao fim de três garrafinhas de Martini e não mais do que isso...
Deliravamos com a música do anúncio da "Laranjina" e aprendemos a dançar em comboínho...
Fumávamos charutos roubados aos nossos pais ás escondidas e nunca ficámos viciados em coisas mais pesadas...
Davamos beijos às escondidas, menino a menina e vice-versa, meio a sério meio a brincar, e nunca mais nos esquecemos porque gostámos muito... sobretudo do primeiro...

Nos jogos da escola, nem toda a gente podia fazer parte da equipa e aprenderam a lidar com a decepção sem psiquiatras nem programas de recuperação, quotas imbecis e incentivos escolares, coisa que hoje todo o mundo não prescinde mesmo sabendo que só criam verdadeiros problemas...
Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros e nós os deixávamos copiar tudo, sem pedir nada em troca na esperança de eles aprenderam e estudarem na próxima...
Não se inventavam testes extra, passagens na secretaria, mesmo sendo filhos de alguém conhecido...
Eramos nós os únicos responsáveis pelas nossas acções e arcavamos com todas as consequências... e que viessem elas! A vida era assim e nós nunca deixámos de a adorar, tal como ela é!

Imaginem! A nossa geração produziu alguns dos melhores fabricantes de riscos em papel, de mastigadores de chicletes Gorila e suas enormes bolas, de bebedores de pirolitos de um escudo, e que bons que eram... de sorrisos e amigos para sempre, de criadores de soluções simples e geniais... tivémos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade, alegria e tristeza e aprendemos a lidar com tudo isso, sem culpar ninguém e assumindo desde logo e sem medos as nossas responsabilidades, e até rindo das nossas desgraças... que logo esquecíamos, porque partíamos para realizar outro sonho...
Como conseguimos fazer isto? Simplesmente porque queríamos!

Eu e tu somos crianças que cresceram desta forma... Parabéns, pá!
Por isso mesmo, lembra-te disto e explica-o à tua descendência... e explica-lhe que isto é a mais pura verdade, que tu e eu tivémos a sorte de nascer e crescer como crianças!"

Fernando Rocha (<- lol) Clix Humorix


in http://forum.cmportugal.com

Queria deixar aqui a sugestão para se vocês tiverem textos deste género, enviem-me para eu os colocar aqui :)

Etiquetas:


6 Responses to “os 80:ies fizeram-me bem”

  1. Blogger Wellen 

    «Gastámos horas a "speedar" nas nossas bicicletas e só então descobríamos que nos tínhamos esquecido dos travões depois de colidir com algumas árvores, carros, muros...» e eu que o diga... lembro-me de tar a speedar pela rua abaixo com irmão e primos e quando dou por ela estou a arrastar-me pelo meu queixo chão fora... hoje ainda tenho as marcas de 5 dos 6 pontos que levei então no queixo. Tinha 6 anos e coseram-me "a sangue frio" e eu nem um ai dei!

  2. Anonymous Anónimo 

    quero apenas deixar os meus parabens por este site...de facto o que acabei de ler, levou-me de novo a ser uma criança inocente e ingénua, a brincar com os carrinhos e a dar os primeiros beijos...fantástico!é bom que existam pessoas que se recordem desses momentos...para que nunca se apaguem da nossa memória...
    Rui, 29 anos

  3. Anonymous Anónimo 

    Não me canso de ler tudo o que tem sido escrito sobre os anos 80 nos textos por onde tenho passado. Também eu acho que os anos 80 foram os melhores de todos os tempos, claro, tendo sempre em mente que o que na realidade nos fica é a emoção de termos sido adolescentes nessa altura. Custa-me (digam lá se não é assim) ouvir que os eighties foram a década do mau gosto. Tenho-me perguntado insistentemente porquê, chego mesmo a pensar que, provavelmente, eu própria sou uma pessoa com mau gosto simplesmente porque adorei os anos 80.
    Desde que leio o que o pessoal tem escrito, estou mais "animadita"!. A verdade é que várias vezes perco a coragem de dizer quais são as minhas musicas preferidas, por tudo o que já referi anteriormente.
    Tenho saudades da iniciativa, da paixão, da partilha, da verdadeira amizade, da entrega, dos sonhos...
    Questiono-me imenso sobre o facto de idolatrar esta época e penso que, muito provavelmente, o que dizem por aí (viver no passado é não fazer parte do presente, +- isto)até será um tanto realidade, mas não vamos por aí. Não quero ir por aí. Certamente que ninguém pode apagar o passado, nem as lembranças do passado. Por tudo isto, por tudo o que tenho lido, continuo a achar que os 80s é que são!Estou convosco e não abro!

    Memyselfandi

  4. Anonymous Anónimo 

    Dos anos 80 há muito, mesmo muito a dizer e a lembrar!
    Para mim os anos 80 foram únicos, não só pq de facto acompanharam o início de muita coisa na minha vida mas pq, objectivamente, creio ter sido uma década muito marcante, comparando com as duas décadas posteriores!
    P.ex. a nível musical, ao nível do pop rock, bandas como Marillion, U2 (no melhor momento), Simple Minds, a música portuguesa com Xutos á cabeça no seu melhor momento, mas tb GNR, Radio Macau, Peste E Sida, e um sem nº de bandas, o universo vanguarda de Cure, Cult, Bauhaus, Chameleons, Fields, Mission.
    Mesmo o pop rock mais comercial que ouviamos e viamos no Top Disco e Vivá Música (muito dele nem gostavamos muito e até achávamos foleiro em alguns casos, até isso era melhor que o pop? actual).
    A “antiga” revista Bravo (com reportagens de concertos e fotos das grandes bandas do momento)…não era Take That, nem Britney Spears, e não ofereciam pílulas do dia seguinte…
    Foram de facto momentos singulares. A mítica e extinta (e não substituída...!!!) sala Rock Rendez Vous. Enfim não existe nada comparável nos 20 anos posteriores, apesar de todas as evoluções técnicas inevitáveis.
    Claro havia muita coisa mais...
    Sair á rua "na boa", até altas horas, jogar á bola "todo o dia", futebol jogado de dia e com os estádios cheios!
    De pequeno o Tom Sawyer, Conan, a anos mais tarde com o famoso serão com a Quinta Dimensão logo seguido de Archie Bunker e a sua Família ás Direitas!!!
    Ùnico.
    As cadernetas da “Figurini Panini”, a revista “Onze”…o mundial de 82 e de 86 (os melhores!!)
    Não creio, e tento ser o mais imparcial possível acreditem, que os 80's foram marcantes só pq acompanharam a nossa infância!!
    Beijos e abraços
    Jorge Blanch

  5. Anonymous Anónimo 

    Que mais dizer...
    Tudo o que li é a mais pura verdade;
    Esta é a geração, aquela a quem um dia alguém apelidou de "Rasca"; na altura menosprezava isso, nem tão pouco a minha igenuidade dos meus 15/16 anos compreenderam o que isso significava, nem tão pouco saberia que tempos mais tarde mais do valor a isso iria dar...
    Que saudades, desses tempos; Ainda hoje recordo com imensa nostalgia esse tempos...
    Na altura, a ingenuidade própria da idade não nos permite ver isso, ou melhor não nos dá a sensibilidade para isso compreendermos, mas como me disse um dia um mestre meu:"Quando um dia começares a pensar no teu passado, Bem vindo ao Mundo dos Adultos...", só mais tarde compreendi e agora compreendo esta frase.
    Nesses tempos conheci pessoas que hoje tomo com mais do que exemplos; Justas. Honestas, e Sinceras...

  6. Anonymous Anónimo 

    Há tanto para dizer sobre esses tempos...
    Das partidas de grupo, recordo-me:
    - de atirar, da janela de casa, bagos de uvas às pessoas que passavam na rua;
    - de tocar nas campaínhas das casas e fugir;
    - dos telefonemas anónimos;
    - de trancar as pessoas nos elevadores.
    Dos jogos de grupo, recordo-me:
    - do jogo do bate pé;
    - do jogo da barra;
    - do jogo do mata;
    - do jogo "vitória!" ou dos polícias e ladrões;
    - do jogo da rolha;
    - do jogo "lá vai ai!";
    - do espeta;
    - do jogo da semana.
    Das modas,já no ensino Secundário, recordo-me:
    - das calças de ganga rasgadas nos joelhos e dos sapatos "Dr Martinez" com calendários dos "The Bros" enfiados nos atacadores;
    - das calças de ganga "El Charro" e "Chevighon" e os ténis da "All Star".
    É claro que nem todos seguiam as mesmas tendências de moda mas estas foram as mais marcantes.
    Entre outras coisas recordo-me:
    - dos passeios de bicicleta e das acrobacias com as BMX;
    - de apanhar pinhas e partir os pinhões com pedras;
    - de saltar muros e jogar às escondidas;
    - das festas de aniversário em casa do aniversariante ( havia sempre o "quarto escuro");
    - das latas de leite condensado que íamos roubar à cozinha da avó;
    - das guerras de almofadas que davam sempre em mau resultado ( O Santo da avó partido )e os castigos que se seguiam depois da brincadeira (ficar sem ver televisão);
    - das casinhas feitas na rua com tábuas e caixas de papelão;
    - das guloseimas ( as bombocas,os guarda-chuvas de chocolate,as tabletes finas de morango da Regina e o fabuloso Fá);
    - das séries da TV ( "Verão Azul","Uma Casa na pradaria","Ana dos cabelos ruivos").
    Enfim, há tanto para dizer...

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